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Conheça as três formas da Doença Celíaca

A Doença Celíaca (DC) é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, desencadeada pela exposição ao glúten (principal fração proteica presente no trigo, no centeio e na cevada) em indivíduos geneticamente predispostos. De acordo com o Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, três formas de apresentação clínica da DC são reconhecidas. São elas:

Forma clássica (típica): caracteriza-se pela presença de diarreia crônica, em geral acompanhada de distensão abdominal e perda de peso. Também pode haver diminuição do tecido celular subcutâneo, atrofia da musculatura glútea, falta de apetite, alteração de humor (irritabilidade ou apatia), vômitos e anemia. Essa forma clínica pode ter evolução grave, conhecida como crise celíaca, ocorrendo quando há retardo no diagnóstico e no tratamento, particularmente entre o primeiro e o segundo ano de vida, e frequentemente desencadeada por infecção. Essa complicação potencialmente fatal se caracteriza pela presença de diarreia com desidratação hipotônica grave, distensão abdominal por hipopotassemia e desnutrição grave, além de outras manifestações como hemorragia e tetania.

 

Forma não clássica (atípica): caracteriza-se por quadro mono ou oligossintomático, em que as

manifestações digestivas estão ausentes ou, quando presentes, ocupam um segundo plano. Os pacientes podem apresentar manifestações isoladas, como baixa estatura, anemia por deficiência de ferro refratária à reposição de ferro por via oral, anemia por deficiência de folato e vitamina B12, osteoporose, hipoplasia do esmalte dentário, artralgias ou artrites, constipação intestinal refratária ao tratamento, atraso puberal, irregularidade do ciclo menstrual, esterilidade, abortos de repetição, ataxia, epilepsia (isolada ou associada à calcificação cerebral), neuropatia periférica, miopatia, manifestações psiquiátricas (depressão, autismo, esquizofrenia), úlcera aftosa recorrente, elevação das enzimas hepáticas sem causa aparente, fraqueza, perda de peso sem causa aparente, edema de surgimento abrupto após infecção ou cirurgia e dispepsia não ulcerosa.

 

Forma assintomática (silenciosa): caracteriza-se por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado compatíveis com DC, na ausência de manifestações clínicas. Essa situação pode ser comprovada especialmente entre grupos de risco para a DC, como parentes de primeiro grau de pacientes celíacos, e vem sendo reconhecida com maior frequência nas últimas duas décadas, após o desenvolvimento dos marcadores sorológicos para essa doença.

 

Diagnóstico, prevenção e tratamento

 

 

Como a doença se baseia na predisposição genética dos indivíduos, ainda não existem maneiras de prevenção. O diagnóstico é realizado através de exame de sangue, biópsia do intestino delgado e outros critérios de investigação médica realizados pelo profissional que acompanha o paciente.

 

Em relação ao tratamento, ainda não existem procedimentos e medicamentos específicos para a doença. A única forma de tratamento, portanto, é a eliminação completa de produtos com glúten do cardápio do paciente.

Fonte de informações: Ministério da Saúde

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